Partido Popular
Apontamentos de etnografia eleitoral

A doxa democrática fai pensar as eleiçons só como juízos políticos, mas também som o momento dumha divisom trabalhosamente conjurada, onde o PP soube hegemonizar isso que é percebido como “apolítico”.

Feijoo Campaña Elecciones 12 de Julio Galicia
Alberto Núñez Feijóo durante un mítin en Lugo o pasado 7 de xullo.
8 sep 2020 09:00

No último domingo eleitoral, depois da precetiva churrascada familiar, fum votar à mesa instalada na escola unitária da paróquia. O acontecido ali, precisamente polo que tem de ordinário e pouco surpreendente, dá para umha brevíssima etnografia eleitoral acerca de como se vive e constrói “a política” em tantas paróquias rurais e bairros urbanos do país, assim como a hegemonia do PPdeG nelas. Continuo desta maneira outras duas que me parecem excelentes, umha de Sara Guerrero  e outra que Sonia Díaz partilhou em Twitter contando a sua experiência como vogal numha mesa do rural compostelano.

Política
Feijóo, o PPdeG e a hegemonia
A esquerda galega parece conforma-se com ser a aristocracia cultural duns sectores subalternos aos que reganhar eternamente.

A perspetiva oferecida nom pretende ser, nem muito menos, totalizadora, nem sequer representativa da maioria dos casos, só quer chamar a atençom para umha das maneiras em que funciona a política numha paróquia como a minha, eminentemente rural, em grave crise demográfica (perdemos 20% de populaçom no que decorreu de século) e com umha renda por habitante de apenas 9.497€. Para tirar da cabeça quanto antes a questom demoscópica, aqui secundária, adianto que os resultados fôrom: primeiro o PP, com 39% de censo; segundo a abstençom, com 35%; e terceiro o BNG com 17%. Também Vox obtivo 2 votos.

Conjurar o partido (‘dividido’, ‘quebrado’)

Um dado ineludível é que o pretendido etnógrafo é um ex-preso político, razom pola qual o leitor ingénuo ou hiperideologizado poderia esperar umha cena mui tensa na votaçom, quase de western, com umha entrada desafiante pola porta do saloon, voto dissidente em mao, acaparando todas as olhadas ameaçantes dos vaqueiros da direita postados no balcom. Nada mais longe da realidade. Na entrada da sala, falando distentidadamente, estavam as duas únicas interventoras —representantes dos dous partidos verdadeiramente “nacionais”: o PPdeG e o BNG—, as primeiras em saudarem amigavelmente. Nesse momento eu era o único votante, polo que antes de ir à urna estivem um bom pedaço a falar com elas da saúde da família e essas cousas importantes, enquanto as da mesa já me iam riscando da lista de votantes. Porque, obviamente, nom tivem que dar nome e apelidos nem mostrar o bilhete de identidade, ou nom é que “aqui nos conhecemos todos”?

Na conversa as duas pessoas que estavam de interventoras —ambas as duas conhecidas, amigas e apreciadas— contavam-me que já eram as terceiras eleiçons em que coincidiam na mesma mesa e que estavam encantadas de que fosse assim, pois outros interventores, “de qualquer partido, do meu, do seu ou de qualquer outro, isso nom tem nada que ver”, às vezes nom eram tam tratáveis. Em concreto referiam-se a outra paróquia à que era habitual que fosse a Guarda Civil durante as eleiçons. Há que dizer que quem mais insistia nisto, na boa relaçom vizinhal e o companheirismo para além dos partidos de cada quem, era o interventor do PPdeG. Estava a assistir —e a participar ativamente, embora sem dar-me conta até pôr-me a escrever— a isso que o sociólogo Patrick Champagne chama “trabalho coletivo de neutralizaçom”, mediante o qual se conjura o risco de divisom que a política dos partidos pode introduzir na comunidade, reelaborando sem cessar o ideal da boa vizinhança. E isto é especialmente assim no próprio dia da votaçom, onde mesmo pareceria de mal gosto pôr-se a falar de partidos no colégio eleitoral e a gente parece que se esforça ainda mais polas conversaçons de cuidado mútuo (“já está melhor a tua avoa? dá-lhe recordos”), com os interventores a insistir em irem eles mesmos à taberna por umhas bebidas fresquinhas para todas, e que “que má sorte as pessoas da mesa, tocar-lhes esse trabalho tam desagradável num domingo, se nom fosse pola companhia e a conversa...”.

Estava a assistir a isso que o sociólogo Patrick Champagne chama “trabalho coletivo de neutralizaçom”, mediante o qual se conjura o risco de divisom que a política dos partidos pode introduzir na comunidade, reelaborando sem cessar o ideal da boa vizinhança

Em L’heritage refusé. La crise de la reproduction sociale de la paysannerie française 1950-2000, Champagne detinha-se a explicar como a política de partidos era percebida nas comunidades rurais francesas, com um elevado grau de interdependência, como umha divisom fundada em princípios exógenos que se deviam evitar constantemente. Quando a divisom política ameaçava com emergir as técnicas de conversaçom com as suas frases estandarizadas (“todas as ideias som respeitáveis”, “cada quem guarda as suas ideias para si”) apressuravam-se a impedir que a discussom fosse tomada a sério e que pudesse mobilizar realmente as pessoas em funçom das categorias políticas. Dentro da racionalidade da vizinhança, enfadar-se com alguém com que hás de tratar (e depender) a diário “por política” é tanto como enfadar-se “por nada”. De facto, a estatística citada por Champagne mostrava às claras que a política era um dos últimos motivos (só em 8% de casos) dos desencontros entre vizinhos, mui por baixo de outras questons mais práticas e do dia-a-dia. Isto explica, assim mesmo, a literalidade com a que se entende o voto secreto, e o desconcerto que muitas pessoas da paróquia comentaram polo facto de o BNG enviar umha única papeleta por casa, o que quase equivalia a instaurar umha restriçom censitária invisível.

Nom pretendo, em nengum caso, minimizar os efeitos que nesta relaçom com a política pode ter o trauma do golpe fascista de 1936 nem a prolongada resistência guerrilheira, que nesta zona nom finalizou até 1952. De facto, nas três paróquias que abrange esta seçom eleitoral houve até quatro sociedades agrárias durante a II República, mui fortes e mui combativas. Ora bem, nom há que esquecer que a lógica política com que operavam estas sociedades agrárias e obreiras era mui parecida: ao fundarem-se, antes de mais, luitavam por atingir o monopólio da representaçom da paróquia, pois só podiam articular-se legitimamente se toda a paróquia formava parte das mesmas em bloco, de maneira que nom se produzisse a temida divisom política, o qual poderia resultar letal numha sociedade em que a ajuda mútua (a interdependência) entre casas era fundamental. Dito de outra maneira: a pré-condiçom era a unidade, nom ser um “partido” no sentido mais etimológico, e por esta mesma razom dava-se (distorcendo o conceito de Félix Patzi) umha espécie de “autoritarismo baseado no consenso”, pois a unidade paroquial dentro da sociedade agrária conseguia-se através de pressons ou boicote às casas reunentes a associar-se, podendo ir da negativa a ajudar-lhes nas tarefas agrárias coletivas ou a proibiçom de participar nas festas, até às sabotagens às suas propriedades.

A estatística citada por Champagne mostrava às claras que a política era um dos últimos motivos (só em 8% de casos) dos desencontros entre vizinhos, mui por baixo de outras questons mais práticas e do dia-a-dia.

Contudo, Champagne —ao igual que me explicou o interventor do PPdeG— notava bem que as eleiçons mais próximas, as locais, sim eram vividas com umha paixom que contrastava enormemente com a morneza ou mesmo indiferença com a que decorriam as eleiçons regionais ou estatais. E é que, nas municipais, entram em jogo as lutas de poder entre façons já reconhecidas na comunidade, tais como bandos familiares poderosos, muitas através das siglas dos partidos nacionais. Jonathan Spencer deixou umha magnífica etnografia acerca de como em Sri Lanka “os habitantes locais se apropriaram das instituiçons da democracia representativa como espaços rituais em que elaborar os seus próprios dramas morais” e renegociarem os seus interesses, sem demasiada conexom ideológica direta com as luitas dos partidos no âmbito nacional.

O partido da apolítica

Continuando com Champagne, os camponeses costumam adoptar “a posiçom que lhes parece a mais neutral e a menos marcada com o signo da divisom social (e nom só política), a saber, o “centro” (...)”. Bourdieu e Passeron sinalaram essa sorte de efeito de exame que os inquéritos e as eleiçons produzem nas classes populares: já que a probabilidade de ter umha opiniom formada sobre um tema (como o de que partido deve governar) nom está distribuida de forma uniforme entre as classes sociais, sendo muito maior a sensaçom de nom estar legitimado para dar umha resposta entre as classes mais despossuidas material e culturalmente, quando estas som colocadas perante a situaçom de terem que dar a sua opiniom costumam sentir-se mais julgadas ou examinadas do que realmente consultadas. Umha olhada às estatísticas do CIS, e nom só às eleitorais, é bastante reveladora desta tendência às respostas nom comprometidas e à procura da neutralidade. Eis, sem ir mais longe, a enorme preferência nas autodefiniçons identitárias pola fórmula “tam galego como espanhol”. As pessoas que trabalham em inquéritos na Galiza destacam o constante uso de fórmulas evasivas como resposta habitual (“eu disso nom che sei”, “disso nom entendo”), e mesmo é frequente que as mulheres idosas, as que se sentem menos legitimadas para terem umha opiniom própria, se fagam passar por pessoal de serviço para nom responder (“chame mais tarde, que agora a senhora da casa nom lhe está”).

Mas todo isto leva-nos à questom estratégica: a maneira em que o PPdeG soubo conetar com estas lógicas para forjar a sua hegemonia política nos terrenos mais decisivos e eficazes para a mesma, aqueles que som vividos espontaneamente como “apolíticos”. É este “centro”, e nom um hipotético ponto intermédio entre eles e o PSdeG-PSOE, o que conquistou o PPdeG, em algumhas partes mimetizado-se praticamente como a apolítica. Se observamos a crítica que Raúl Zibechi fai da esquerda ortodoxa, essa que nunca está disposta a considerar que as relaçons sociais quotidianas tenhem tanta importância ou mais que o sindicato ou o partido, que a comunidade (entendida como tecido de relaçons afetivas em que as pessoas som um fim em si mesmas) conta mais que a associaçom (onde as pessoas se tornam em meios para conseguir uns fins políticos), acabaremos por descobrer no anverso a prática do PPdeG no rural, que trabalha continuamente, “por baixo”, a sua hegemonia através das relaçons apolíticas (e mesmo com um discurso explicitamente antipolítico), mas nom obecendo a umha conspiraçom ou a um plano premeditado em algum gabinete, senom de maneira orgânica. Isto nom significa que nom haja planificaçom, mas esta está noutra parte, “por riba”.

O partido sabe de todas essas profissons que Max Weber identificava como mais propícias para a política, pois eram as que acumulavam mais rede social e, portanto, maior capacidade de influência

Avonda deter-se a pensar onde é que o PPdeG recruta os seus quadros para os níveis mais capilares e em que espaços atuam estes para dar-se conta de que nom tem nada a ver com o habitual hoje na militância política de esquerdas. O partido sempre sabe dessa taberna onde param todos os homens à volta do trabalho e onde decorrem todos os debates políticos informais da vizinhança. Sabe também desse moço tam trabalhador e educado com todo o mundo que treina os rapazes na equipa de futebol da paróquia e tem vontade “de ajudar”. Sabe, enfim, de todas essas profissons que Max Weber identificava como mais propícias para a política, pois eram as que acumulavam mais rede social e, portanto, maior capacidade de influência. Polo geral as suas listas eleitorais aos concelhos som um exemplo magnífico de conhecimento sociológico. Nelas podem-se identificar sempre os líderes naturais de cada paróquia, gente quase sempre “apolítica” mas que representa um nó importante de relaçons sociais, de entre-ajudas e de reciprocidades, e que muitas vezes foram cooptados porque eles próprios entendem que, “metendo-se em política” (algo que amiúde julgam como “sujo”), vam poder ajudar à sua paróquia estando mais perto do poder. Os terrenos em que atuam som precisamente os vividos mais diretamente como apolíticos: organizando as festas, o grupo de gaitas, a associaçom de vizinhos, a comunidade de montes, indo cada pouco à casa do concelho para que passem a desbroçadora polos caminhos… E discursivamente o seu terreno de desputa nom é outro que o da definiçom legítima de “o apolítico”, o que está fora de toda discusom, o sentido comum. Claro que os há mui reacionários e amigos dos grandes exabruptos na taberna, mas nom creio que esses sejam os mais influintes nem os mais importantes. A nível local mesmo podem resultar tam molestos como lhe resultava Álvarez de Toledo a Feijóo e à sua estratégia hegemónica.

Por todo o apontado, o PPdeG entende mui bem a falácia disso que Bourdieu chamou a “dóxa ‘democrática’”, aquela que “fai da eleiçom política um juízo, e um juízo puramente político, ao utilizar princípios explicitamente políticos —e nom os esquemas práticos do éthos por exemplo— para dar umha resposta articulada a um problema entendido como político”. Enquanto a oposiçom atue conforme a essa dóxa estreita, desprezando ou ignorando outras lógicas políticas, a direita continuará a monopolizar o espaço da “apolítica”. Há umha cena de Novecento que nos encanta a todas, essa em que Olmo, quando os companheiros desolados lhe perguntam “como vamos a continuar adiante sem o partido”, responde com esse “o partido, sim. Vaia desculpa! O partido és ti e sabe-lo. É Eugenia, é Enzo, é Armando. E ademais ao cruzar o rio está a família Azzalli (…) Aí está, em toda a parte onde há alguém que trabalha, aí está o partido.” Pois bem, “o partido”, na Galiza, é o PPdeG. Vencê-lo passa necessariamente por dotar-se dumha estratégia hegemónica que parta do sentido comum popular e das suas lógicas.

Informar de un error
Es necesario tener cuenta y acceder a ella para poder hacer envíos. Regístrate. Entra na túa conta.

Relacionadas

Nacionalismo galego
A pesar das opinións de ‘The Economist’, Galiza é un sitio distinto
Os autores contestan un recente artigo publicado en ‘The Economist’ no que, na súa opinión, se gababa a xestión de Alberto Núñez Feijoo e se negaban os graves problemas polos que atravesa a lingua galega.
Opinión
Apuñalar a un cadáver (¿debió dimitir toda la dirección de Podemos Galicia?)

La desafección ciudadana con respecto al espacio que representaban las mareas era un clamor, un letrero luminoso en letras colosales que solo aquellos que únicamente tenían ojos para sí mismos podían no ver.

Elecciones 12J (País Vasco y Galicia)
Retos urgentes y recetas caducas del autogobierno vasco

El PNV gana, pero el tiempo cambia. Algunos retos urgentes del nuevo Gobierno vasco son superar la crisis industrial permanente y operar un cambio de modelo en educación, salud, protección social y fiscalidad.

#70210
19/9/2020 10:44

Por fin alguén que explica porque arrasa o PP en Galiza sen decir que seus votantes so todos uns paletos (que tamén as veces). Moi bo e certeiro analise.

4
0
#69466
8/9/2020 18:44

Ótimo artigo, obrigado! O que experimentamos como sentido comum apolítico é um efeito do poder e o PPdeG sabe vestir moi bem essa capa de "invisibilidade". Porém, esse sentido comum é anterior a própria existência dos quadros políticos do PPdeG, que tenhem a inteligência social de confundir-se com ele, de "ser-em-ele”. Mas no que a proposta final diz respeito, o que seria que cómpre exactamente incorporar dessas lógicas do "sentido comum popular" na estrategia pola hegemonia para ocupar o espaço da apolítica? Apenas ser “tratável”? É um bom começo, mas tenho a suspeita que um projeto tal que passasse por apolítico nem poderia problematizar, e menos ainda cambiar, as estruturas que permitem a existência do ódio antigalego, do sexismo, do racismo, do capacitismo, do classismo, e que che vou contar mais. Atualmente as soluçons estabelecidas polo "sentido comum" para essas eivas e opresons som o bilinguismo, o multiculturalismo, o consumismo e as noçons liberais de igualdade e de inclusom que correspondem com os interesses de quem hoje acumula o poder económico e simbólico ou de quem aspira a conseguí-lo. O que acontece precisamente é que se saíres desses marcos conceptuais, quebras a paz comunitária porque a tua prática política e social deixa de ter sentidinho. Como podemos logo rachar com a janela de Overton nacional? É a soluçom alternar mais nas sessons vermú da nossa vila? Concordo completamente com que a esquerda precisa abandonar a sua rigidez militante e compôr alianças e afectos além das ideias. Mas nom sei se este artigo se poderia inscribir na longa tradiçom da nostalgia pola existência dum antagonista político de direita na Galiza que deixe de representar os interesses das classes dirigentes espanholistas e o projecto linguístico e cultural assimilador que tenhem para o país. Bom, som saudades que eu também comparto mas acho que um projecto social e político soberanista e de esquerda pode ser tudo menos transparente, implícito ou como tu descreves, experimentado como apolítico.

6
0
#69462
8/9/2020 18:26

Alberto Gramsci Feijóo

0
0
Política
Xosé Manuel Beiras “A esquerda estatal á esquerda do PSOE leva ano e medio dando un recital de apoio ao PP”
O histórico líder nacionalista analiza devagar os erros das coalicións coa esquerda federal e acredita en que o futuro da transformación social está fóra das institucións.
Migración
Migracións Burocracia para os 'refuxiados de segunda': sete rapaces malianos ante o bloqueo do Estado ao pedir asilo
Presos da guerra, chegan a un novo territorio en procura de mellores oportunidades, pero son presos de temporalidades e trámites administrativos, minguando o seu estado anímico e deixándolles estancados nun limbo temporal que os anula como cidadáns.
Ocupación israelí
Ocupación israelí El Gobierno español permite el tránsito hacia Israel de combustible para aviones de guerra
El movimiento de solidaridad con Palestina acusa al Gobierno español permitir la escala del buque ‘Overseas Santorini’ en Algeciras, prevista para el 30 de julio, con un cargamento de combustible militar con destino a Israel.
Baleares
Baleares Formentera, el paraíso que fue
La más pequeña de las Balears se enfrenta, con una fuerte división interna, a la crisis de la vivienda generada por el turismo.
Juegos olímpicos
Juegos Olímpicos París 2024, del brillo olímpico al reverso de los focos
Comienzan unos Juegos Olímpicos marcados por el fuerte enfoque securitario y la expulsión de miles de personas sin hogar de la ciudad.
O Salto medra contigo
O Salto medra contigo Eles por diñeiro, nós por un futuro mellor: subscríbete ao Salto
Sempre que unha multinacional ou un goberno intentaron cometer un atentado medioambiental no noso territorio estivemos alí para contalo. Puidemos facelo porque a nós sostennos a nosa comunidade, pero queremos chegar máis lonxe e por iso precisámoste.
Bolivia
América Latina Bolivia: la guerra fratricida que está autodestruyendo el proceso de cambio
La transformación de Bolivia iniciada en 2006 con la llegada de Evo Morales al poder se encuentra en uno de sus peores momentos por las luchas entre este histórico líder y el actual presidente y exaliado Luis Arce.

Últimas

Caso Carioca
Caso Carioca O caso Carioca a través dunha migrante explotada sexualmente: indemnización mínima e complot policial
O garda civil Armando aliábase con proxenetas e abusaba sexualmente de mulleres prostituídas facendo uso da súa capacidade para regularizar a súa situación.
Palestina
Genocidio España tratará a 15 niños y niñas palestinas mientras quedan 10.000 pacientes que necesitan evacuación
El director general de la OMS agradece el gesto mientras pide evacuaciones médicas ampliadas, ya que solo 5.000 palestinos y palestinas han sido trasladados desde que comenzara la ofensiva israelí el pasado 7 de octubre.
Ocupación israelí
Ocupación israelí Israel declara “terrorista” a la UNRWA y le prohíbe operar en el país
Días después de que Reino Unido reinicie el financiamiento de la agencia de refugiados de la ONU, el Parlamento israelí aprueba tres leyes que prohíben la actividad de esta organización y criminaliza a sus 30.000 trabajadores.
Personas sin hogar
Personas sin hogar Granada sobrepasa los 40 grados sin Centro de Día para las personas sin hogar
La plataforma ‘La calle mata’ exige al Ayuntamiento de Granada y a la Iglesia un Centro de día y comedores para atender durante el verano a las personas sin hogar
Sanidad pública
Sanidad a la madrileña Más de 1.500 kilómetros en bici para reclamar un centro de salud digno
Tras más de 140 manifestaciones, 3.000 reclamaciones entregadas y recurrentes encierros durante cuatro años de lucha, vecinos y vecinas de Abrantes (Madrid) acudirán a la ONU para reclamar su acceso a la sanidad.
Más noticias
Ocupación israelí
Ocupación israelí Palestina y el derecho a la resistencia: tácticas de la resistencia armada palestina
Los ataques del 7 de octubre supusieron un punto de inflexión en el retorno del debate sobre la lucha armada en Palestina, una vía no cerrada de resistencia frente a la ocupación israelí que tiene más de medio siglo de historia.
Violencia machista
Comunidad de Madrid Denuncian “castigos” a las trabajadoras de un centro de atención a víctimas de violencia machista de Madrid
El comité de empresa del centro Ayaan Hirsi Ali, dependiente de la Comunidad de Madrid, vincula la no renovación del contrato de una educadora social con el cambio de empresa licitadora y sus nuevas condiciones laborales.
Venezuela
Elecciones presidenciales Venezuela hacia el 28J: unas elecciones en las que por primera vez en una década cualquier cosa puede pasar
La oposición de derechas concurre sin exclusiones, vetos ni llamadas a la abstención con un candidato de consenso, Edmundo González, que podría arrebatar el poder a Nicolás Maduro.
Trabajo sexual
Ordenanza municipal La Coordinadora Feminista de Cádiz califica de punitivista la ordenanza contra la prostitución de Jerez
La Coordinadora que aglutina a colectivos feministas de toda la provincia denuncia que las medidas que anuncian la erradicación de la prostitución solo aumentan la precariedad y los riesgos.
Turismo
Turistificación La Malvarrosa: de barrio obrero a paraíso turístico
El barrio que toma su nombre de la playa urbana de València vive un proceso de turistificación acelerado mientras el tejido vecinal continúa su lucha para conseguir equipamientos básicos.

Recomendadas

Galicia
Xosé Manuel Beiras “La izquierda estatal a la izquierda del PSOE lleva año y medio dando un recital de apoyo al PP”
El histórico líder nacionalista analiza con calma los errores de las coaliciones con la izquierda federal y confía en que el futuro de la transformación social está fuera de las instituciones.
Arte político
Soledad Urzúa “Utilizar un desecho agrícola para crear obras de arte permite transmitir un mensaje de amor”
Llega a Madrid “Metáfora Vegetal”, una exposición de la artista chilena Soledad Urzúa. Sus obras, creadas armónicamente con colores de óleo y materiales desechados como hojas de maíz, despiertan los sentidos.
El Salto n.75
Revista 75 Activismo feminista contra la gordofobia y la deshumanización
El número de verano de nuestra revista trimestral llega cargado de un poder femenino que intersecciona desde muchos ángulos y que esperemos se reproduzca en vuestras manos.
Ocupación israelí
Ocupación israelí El teatro de la libertad de Yenín: resistencia a través del arte
Una iniciativa de teatro social en medio de la ocupación y las incursiones armadas israelíes en Cisjordania.